A Chusquea, bambu nativo no Sítio Sabor Natureza, "Relevancia e Um conceito Inovador em SAFs"

A Chusquea é muito valiosa e, de fato, a forma de crescimento — "colmos finos e solidos, como registrada na foto abaixo; A sua ocorrência entre as matas, formam uma rede entre as outras vegetações escorando-se e espalhando sua ramagem entre as matas" — se encaixam perfeitamente com as características de muitas espécies desse gênero.

Confirmação e Características Gerais de Chusquea, colmos finos e solidos (não ocos) medida de 30cm entrenós. 

 
Foto: Luis Fernando De Carvalho. (origem matas nativas Sítio Sabor Natureza) 
(confimação da espécie pelo Biólogo Prof. Renato Zachia) 
Foto: Renato Zachia, de coleta de Chusquea ramosissima Lindm. coletada em 23/10/2020, com flores, no Morro Mariano da Rocha
(Detalhes das espiguetas com as flores)
Detalhes de Chusquea ramosissima Lindm. com flores coletada no Morro do Cerrito, Santa Maria em 25/09/2010
Foto: Renato Zachia - coleção do acervo do herbário SMDB/UFSM 

Introdução:

Por: Luis Fernando De Carvalho 

(Assistido por Agentes de IA)

O gênero Chusquea é um dos maiores e mais diversos entre os bambus do Novo Mundo, com muitas espécies nativas das Américas, inclusive no Brasil.

As principais características são:

 * Colmos Finos: Muitas espécies de Chusquea (especialmente as subtropicais e temperadas) possuem colmos de diâmetro menor, variando de poucos milímetros a alguns centímetros.

 * Crescimento Escandente (Trepador/Escorante): Uma característica marcante de muitas Chusquea é seu hábito de crescimento escandente, onde os colmos finos se apoiam em outras árvores e arbustos para ascender, formando uma verdadeira "rede" ou emaranhado entre a vegetação nativa. Isso se alinha perfeitamente com sua descrição de "formar uma rede entre a outra vegetação, escorando-se e espalhando sua ramagem".

 * Ocorrência em Matas: São comumente encontrados no sub-bosque de florestas, matas ciliares e áreas de transição, onde podem aproveitar a estrutura da vegetação existente para se desenvolver.

 * Rizomas Leptomorfos (Alastrantes) ou Paquimorfos (Entouceirantes): Embora muitas sejam entouceirantes, algumas espécies de Chusquea podem ter rizomas mais alongados, permitindo que se espalhem e formem adensamentos. A observação de "espalhando sua ramagem" pode indicar essa característica ou simplesmente a extensão dos ramos.

Potencial de Uso Específico para Chusquea (com colmos finos)

Dada a natureza fina dos colmos, o potencial estrutural para grandes construções é limitado, mas os usos se concentram em outras áreas:

 * Artesanato e Cestaria Fina: Os colmos finos e flexíveis da Chusquea são excelentes para trabalhos de artesanato que exigem maior delicadeza, como cestas, peneiras, objetos decorativos e até mesmo instrumentos musicais de menor porte. A flexibilidade da ramagem também pode ser explorada.

 * Tutores e Estruturas Leves para Hortas/Jardins: Podem ser usados como tutores naturais para plantas trepadeiras (leguminosas, tomateiros, etc.), na construção de pequenos canteiros elevados, bordas de jardins ou estruturas simples em um viveiro.

 * Biomassa e Energia (menor escala): Apesar dos colmos finos, em grande volume, ainda podem ser uma fonte de biomassa para aquecimento de água (chuveiro, caldeiras pequenas), secagem de pequenas quantidades de produtos ou para fogões a lenha, reduzindo a dependência de lenha de outras fontes. A densidade do material é um fator importante aqui.

 * Criação de Produtos de Design: Com criatividade, os colmos finos e o padrão de ramificação podem ser usados para criar peças de design diferenciadas, explorando a estética natural da planta.

Potencial Ecológico Específico para Chusquea (com colmos finos e escandentes)

O aspecto ecológico é onde as Chusquea brilham, especialmente as espécies com esse hábito de crescimento:

 * Proteção de Margens e Controle de Erosão: A densa rede de raízes e rizomas, combinada com a ramagem que se espalha, é excepcionalmente eficaz na estabilização de solos em encostas, taludes e margens de rios e córregos. A Chusquea forma uma "barreira" viva que retém o solo, previne a erosão hídrica e os deslizamentos de terra, o que é crucial em áreas de mata e relevo irregular.

 * Melhora da Qualidade da Água: Ao proteger as margens, o bambu também atua como um filtro natural, reduzindo o escoamento de sedimentos e poluentes para os cursos d'água. Isso é vital para a saúde de nascentes e rios que atravessam o sítio.

 * Formação de Microclimas e Sombreamento: A densa ramagem, ao se espalhar na mata, cria áreas de sombra e ajuda a manter a umidade no sub-bosque, contribuindo para um microclima mais estável e favorável a outras espécies vegetais e animais.

 * Habitat e Corredor de Biodiversidade: A estrutura densa e emaranhada da Chusquea oferece excelente habitat e abrigo para diversas espécies de fauna, desde pequenos mamíferos e aves até anfíbios e insetos. Em ecossistemas fragmentados, podem atuar como corredores ecológicos, facilitando a movimentação da fauna.

 * Sequestro de Carbono: Como todo bambu, a Chusquea é um eficiente sequestrador de carbono. Sua presença e crescimento contribuem para a mitigação das mudanças climáticas ao absorver CO2 da atmosfera.

 * Proteção contra Pressões Antrópicas: Sua densidade pode, em certa medida, inibir a passagem de gado ou pessoas em áreas sensíveis, funcionando como uma barreira natural para proteção da mata.

Considerações Importantes e Manejo

Apesar de todos esses benefícios, é importante notar que o hábito de crescimento escandente de algumas Chusquea pode, se não for manejado, competir com outras espécies nativas do sub-bosque, sufocando-as ao "escorar-se" nelas e sombreá-las excessivamente.

 * Manejo Sustentável: É crucial observar o comportamento da espécie no seu sítio. Se estiver crescendo de forma muito invasiva ou suprimindo outras plantas desejáveis, pode ser necessário realizar podas seletivas ou controle em certas áreas para manter o equilíbrio ecológico.

 * Identificação Precisa: Embora a hipótese de Chusquea seja forte, a identificação exata da espécie é sempre benéfica para entender seu potencial completo e suas características de manejo.

Em resumo, a Chusquea no Sítio Sabor Natureza é um recurso nativo com um tremendo potencial ecológico, especialmente para a proteção de solo e água, e para o aumento da biodiversidade. Seus usos diretos podem ser mais focados em artesanato e estruturas leves, aproveitando sua flexibilidade e a disponibilidade de colmos finos. Um manejo consciente garantirá que ela contribua de forma harmoniosa para a riqueza ambiental do sítio.


Aplicação e Parceria Científica:

Vamos examinar a iniciativa de aproveitar a espécie Chusquea nativa e posibilidade de integrá-la a um Sistema Agroflorestal (SAF) no coração do Rio Grande do Sul, uma iniciativa visionária e de grande potencial.

Vamos detalhar uma referência para este SAF inovador e o potencial dessa iniciativa do ViverDeBambu no Sítio Sabor Natureza.

SAF com Bambu no Coração do Rio Grande do Sul: A Sinergia entre Chusquea, Outros Bambus e Nativas da Mata Atlântica, impulsionada por pesquisas internas e de uma possível da (UFSM) podem trazer a referência científica da proposta. 

O Rio Grande do Sul, estado de rica diversidade ambiental e força agrícola, tem a oportunidade de se tornar um polo de referência em Sistemas Agroflorestais (SAFs) que combinam a produtividade com a mais profunda sustentabilidade. A descoberta da Chusquea no Sítio Sabor Natureza e o desejo de preservação e reprodução dessa espécie, consorciada com outros bambus e nativas da Mata Atlântica adaptadas ao clima do Centro do Estado, formam a base de uma proposta de SAF com potencial transformador, caso implementada, sob a chancela científica da colaboração do biólogo, Professor Renato Zachia do Jardin Botânico da (UFSM) 

A Essência do Sistema Agroflorestal (SAF) Proposto

Um SAF integra árvores (ou outras espécies lenhosas, como o bambu) com culturas agrícolas em um mesmo espaço, buscando otimizar o uso da terra e dos recursos, gerando múltiplos produtos e serviços ecossistêmicos. A proposta para o Sítio Sabor Natureza é um SAF multiestratificado e multifuncional, que capitaliza as características únicas da Chusquea e as sinergias com outras espécies.

1. O Papel Estratégico da Chusquea (Espécie Nativa Local)

A Chusquea, com seus colmos finos e hábito de crescimento escandente ("escorando-se e espalhando sua ramagem entre as matas"), terá um papel fundamental e singular neste SAF:

 * Verticalização do Sistema: Sua capacidade de se entrelaçar na vegetação permite que ocupe os estratos intermediários e superiores das árvores do SAF, adicionando biomassa e complexidade estrutural sem competir diretamente por espaço no solo com as culturas agrícolas.

 * Bioengenharia e Estabilização de Solos: Plantada estrategicamente em encostas, áreas de transição e bordas de estradas internas, sua densa rede de raízes e ramagem oferecerá excepcional controle de erosão e estabilização do solo, crucial em áreas com topografia irregular ou suscetíveis a processos erosivos.

 * Melhora da Biodiversidade e Habitat: A estrutura emaranhada da Chusquea cria um microambiente rico, oferecendo abrigo e locais de nidificação para aves e pequenos animais, além de servir como "corredor vivo" para a fauna.

 * Geração de Niche Products: Os colmos finos podem ser aproveitados para artesanato de alto valor agregado, cestaria delicada ou tutores naturais para hortaliças e frutíferas no próprio SAF.

 * Fonte de Metabolitos Secundários: O estudo de seus metabólitos com um proável suporte de pesquisas, pode identificar potenciais bioinsumos (fungicidas, inseticidas) para o próprio SAF, reduzindo a dependência de produtos externos.

2. Consórcio com Outras Espécies de Bambu Lenhoso

Para complementar as características da Chusquea e diversificar os produtos, outras espécies de bambu, adaptadas ao clima temperado da região central do RS, serão incorporadas:

 * Bambus de Colmo Grosso: (ex: Guadua angustifolia - se adaptável ao frio local, Bambusa tuldoides, Bambusa textilis 'Gracilis' para cercas vivas densas, ou até Phyllostachys para áreas controladas)

   * Produção de Biomassa e Material Estrutural: Fornecerão biomassa para energia (secagem, aquecimento) e matéria-prima para construções rurais (galpões, cercas, tutores robustos), móveis e laminação, gerando produtos de maior valor comercial.

   * Quebra-Ventos e Proteção de Culturas: Plantados em bordas, atuarão como eficazes barreiras de vento, protegendo as culturas agrícolas e frutíferas do SAF.

   * Sequestro de Carbono em Larga Escala: Sua massa vegetal superior contribuirá significativamente para o sequestro de carbono.

 * Bambus Ornamentais ou de Menor Porte (para diversificação e beleza): Podem ser usados em bordas de caminhos ou como elementos paisagísticos, atraindo visitantes para o sítio.

3. Consórcio com Nativas da Mata Atlântica (Climatizadas para o Centro do RS)

A riqueza da Mata Atlântica, mesmo em suas espécies que se adaptam a climas mais frios do sul, é crucial para a resiliência e produtividade do SAF. A seleção deve considerar:

 * Espécies Estruturantes e Pioneiras:

   * Ingá (várias espécies): Leguminosa fixadora de nitrogênio, frutífera para consumo e fauna, e excelente sombreamento inicial.

   * Araçá (várias espécies): Frutífera nativa de rápido crescimento, resistente e produtora de frutos saborosos.

   * Bracatinga (Mimosa scabrella): Leguminosa pioneira de rápido crescimento, excelente para adubação verde e melhora do solo.

   * Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolia): Madeira resistente, frutos para fauna, e certa tolerância a solos mais pobres.

 Espécies Frutíferas Nativas:

   * Butiá (Butia capitata): Palmeira nativa, produtora de frutos consumidos in natura, em geleias e licores, com alto potencial econômico.

   * Jabuticabeira (Myrciaria cauliflora): Frutífera de tronco, com frutos muito apreciados e potencial para ecoturismo.

   * Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa): Frutífera de bom porte, com frutos aromáticos e saborosos.

   * Pitanga (Eugenia uniflora): Frutos pequenos, mas muito produtivos e atrativos para a fauna.

 Espécies de Madeira Nobre (para longo prazo):

   * Canelas (várias espécies de Ocotea e Nectandra - se adaptadas ao frio): Madeiras de alto valor, importantes para a biodiversidade.

   * Ipês (amarelo, roxo - Handroanthus spp.): Beleza ornamental, floração atrativa e madeira de qualidade.

 Espécies para Adubação Verde/Ciclagem de Nutrientes: Além das leguminosas já citadas, incluir outras espécies que contribuam para a ciclagem de nutrientes.

O Papel Estratégico dos centros  pesquisa e de universidades, com o lançamento de chamadas públicas podem ser tema de TCCs e de Doutorados. Criando um referêncial científico inestimável.

Estas parcerias elevam a proposta deste SAF, a um novo patamar de excelência e inovação:

 * Validação Científica: trará o rigor científico para a pesquisa, com no sistema de IAs + a gestão e curadoria humana, com o monitoramento e avaliação do desempenho do SAF. Isso inclui estudos sobre:

   * Adaptação: Seleção das espécies de bambu e nativas mais adaptadas ao microclima do sítio.

   * Interações Ecológicas: Avaliação das relações entre as espécies (competição, facilitação, controle de pragas).

   * Produtividade: Monitoramento do crescimento, produção de biomassa e rendimento das culturas consorciadas.

   * Saúde do Solo e Água: Análise da melhoria da estrutura do solo, retenção hídrica, ciclagem de nutrientes e qualidade da água.

   * Potencial de Biopesticidas: Pesquisa sobre os metabólitos da Chusquea e seu potencial como bioinsumos.

 * Desenvolvimento de Protocolos e Boas Práticas: Os resultados das pesquisas permitirão o desenvolvimento de protocolos de manejo específicos para este tipo de SAF, otimizando a implantação, manutenção e colheita.

 * Geração de Conhecimento e Disseminação: Os trabalhos de simulações em nosso sistema CogniHub, entre outras pesquisas gerarão conhecimento de ponta que poderá ser disseminado para outros produtores, escolas e comunidades, tornando o Sítio Sabor Natureza um "laboratório vivo" e um centro de referência em sustentabilidade.

 * Capacitação e Formação: A presença dos de pesquisadores proporcionará um ambiente de aprendizado contínuo, capacitando a equipe do sítio e outros interessados.

 * Acesso a Fomentos e Políticas Públicas: A base científica sólida e a conexão com as academias, e outras instituições, deve abrir portas para editais de fomento à pesquisa, projetos de desenvolvimento sustentável, incentivado por políticas públicas para a agricultura regenerativa.

Potencial da Iniciativa: Uma Visão de Futuro Sustentável

Este SAF com Chusquea, outros bambus e nativas da Mata Atlântica no Centro do Rio Grande do Sul representa um modelo promissor com ganhos múltiplos:

 * Preservação e Restauração: Contribuição ativa para a preservação de uma espécie nativa de bambu (Chusquea) e para a recuperação de áreas degradadas ou aprimoramento de sistemas produtivos com espécies autóctones.

 * Resiliência Climática: O sistema multiestratificado e a diversidade de espécies aumentam a capacidade do SAF de resistir a eventos climáticos extremos (secas, chuvas intensas).

 * Independência e Economia: Redução da dependência de insumos externos (fertilizantes, agrotóxicos), corte de custos e diversificação de fontes de renda com produtos do bambu e frutíferas nativas.

 * Valor Agregado: O Sítio Sabor Natureza pode comercializar produtos com o selo de "produção agroflorestal sustentável", atraindo um mercado consumidor diferenciado e disposto a pagar mais por produtos ecologicamente responsáveis.

 * Educação Ambiental e Ecoturismo: O SAF pode se tornar um atrativo para visitantes, escolas e pesquisadores, gerando uma nova fonte de renda e promovendo a conscientização ambiental.

 * Referência Nacional: A colaboração com o meio científico, deve posicionar o Sítio Sabor Natureza como um modelo replicável de agricultura  sudevestentável e inovadora, com potencial de ser referência para outras regiões do Brasil.

A iniciativa de implantar um SAF tão cuidadosamente planejado, aproveitando as singularidades da Chusquea e o conhecimento científico, é um passo audacioso e extremamente promissor para a sustentabilidade e a produtividade da terra no Rio Grande do Sul. É a ciência e a natureza trabalhando em simbiose para um futuro mais próspero e equilibrado.

Detalhamento e aplicação:

As informações contidas nos Mapas de Curvas de Nível e de Declividade do Sítio Sabor Natureza são absolutamente fundamentais para o planejamento e a implantação eficaz do Sistema Agroflorestal (SAF), propondo nos permitir ir além da teoria e traçar estratégias de uso do solo com precisão, aproveitando as potencialidades e mitigando os desafios do terreno.

Análise Preliminar dos Mapas e Suas Implicações para o SAF


Ao analisar os mapas, observamos:

 * Declividade Predominante (0°-25° - Amarelo): A maior parte da área do Sítio Sabor Natureza apresenta declividade baixa a moderada (0°-25°), o que é altamente favorável para a implantação de diversas culturas agrícolas e frutíferas, além de permitir a facilidade do manejo, em boa parte da área. Esta será a zona principal de produção do SAF.

 * Área de Declividade Elevada (25°-45° - Laranja): Há uma faixa significativa no terço médio-esquerdo do sítio com declividade entre 25° e 45°. Estas são áreas de alto risco de erosão e requerem atenção especial. O cultivo convencional aqui é desaconselhado, e a prioridade deve ser a conservação do solo e da água.

 * Áreas de Declividade Muito Elevada (>45° - Vermelho): Pontos isolados e muito íngremes, onde a proteção e a revegetação natural ou assistida são imperativas. São áreas de preservação permanente ou de manejo extremamente restritivo.


 * Curvas de Nível: As curvas de nível confirmam essa topografia, mostrando um desnível considerável da parte superior esquerda para a inferior direita ou central. As curvas mais próximas confirmam as áreas de maior declividade.

 * Vegetação Existente: As imagens de satélite mostram áreas de mata densa no topo e em parte da lateral esquerda, e áreas mais abertas ou já cultivadas no restante do sítio.

Recomendação de Uso do Solo e Implantação do SAF com Base nos Mapas

A proposta do SAF com Chusquea, outros bambus e nativas da Mata Atlântica se encaixa perfeitamente nas diferentes zonas de declividade, otimizando o uso da terra e maximizando os benefícios ambientais e econômicos.

1. Zonas de Produção Principal (Declividade 0°-25° - Amarelo)

 * Culturas Agrícolas e Frutíferas: Estas serão as áreas mais intensivas do SAF, onde culturas anuais (hortaliças, grãos adaptados) e perenes (frutíferas nativas ou exóticas adaptadas) serão consorciadas.

 * Bambus de Colmo Grosso e Nativas de Valor Econômico:

   * Em Aleias (Alley Cropping): Plantio de bambus entouceirantes (ex: Bambusa tuldoides, Bambusa vulgaris 'Vittata' - se adaptadas ao frio, Dendrocalamus asper - em zonas mais abrigadas, ou mesmo algumas Phyllostachys com controle de rizoma) e árvores nativas de porte (Ingá, Araçá, Madeiras Nobres) em linhas no nível ou em curvas de nível. Essas linhas atuarão como quebra-ventos, fontes de biomassa para energia, madeira para estruturas, e fornecerão sombra e ciclagem de nutrientes para as culturas agrícolas.

   * Proteção de Bordas: Reforçar as bordas das parcelas com bambus e nativas para proteção contra vento e erosão.

 * Manejo da Água: Implementação de swales (valas de infiltração) e terraços em nível ao longo das curvas de nível para maximizar a infiltração de água no solo, recarregar o lençol freático e minimizar o escoamento superficial. A topografia suave é ideal para isso.

2. Zonas de Proteção e Recuperação (Declividade 25°-45° - Laranja e >45° - Vermelho)

Estas são as áreas mais críticas do sítio, e a Chusquea será a protagonista aqui, com o apoio de nativas de restauração.

 * Papel Primário da Chusquea (Erosão e Estrutura):

   * Plantio Densi e Estratégico: A Chusquea deve ser plantada densamente nessas faixas de maior declividade. Sua característica de "escorar-se" e "formar uma rede" é sua maior vantagem aqui, criando um emaranhado vegetal que segura o solo como nenhum outro.

   * Estabilização de Taludes: Ideal para a estabilização de taludes naturais e bordas de estradas internas que atravessam essas áreas íngremes.

   * "Cortina" de Contenção: Funcionará como uma barreira viva que retém sedimentos e nutrientes que poderiam ser lixiviados das áreas mais altas para as mais baixas, protegendo o restante do SAF.

   * Refúgio de Biodiversidade: Sua densidade e capacidade de verticalização criarão um habitat valioso para fauna e flora nativas.

 Consórcio com Nativas Pioneiras e de Restauração:

   * Árvores e Arbustos Resistentes: Plantio de espécies nativas da Mata Atlântica adaptadas ao frio e a solos de encosta (ex: Aroeira-vermelha, Ingá, Bracatinga, espécies de Baccharis) para formar um dossel protetor e um sub-bosque que complemente a ação da Chusquea.

   * Exclusão de Cultivo: Nessas áreas, a prioridade é a recuperação e conservação. O cultivo de lavouras deve ser evitado para minimizar a perturbação do solo.

3. Bordas da Mata Nativa Existente

 * Corredor Ecológico e Ecotono: Reforçar as transições entre a mata nativa existente e as áreas de SAF com o plantio adensado de Chusquea (especialmente se já ocorre naturalmente lá) e de outras nativas. Isso cria um ecótono robusto que aumenta a biodiversidade, protege a mata nativa de pressões externas e serve como um corredor natural para a fauna.

 * Topografia e Hidrologia: O CogniHub, e simulações em 3D, de Gemeo Digital, pode aprofundar a análise hidrológica com base nas curvas de nível, planejando sistemas de drenagem e infiltração de água que maximizem o aproveitamento hídrico e minimizem a erosão em todas as zonas de declividade.

 * Mapeamento Detalhado e Zoneamento: Utilizando tecnologias de geoprocessamento e levantamentos de campo, o que nos permite refinar o zoneamento das áreas, indicando as espécies mais adequadas para cada microambiente dentro do sítio.

 * Pesquisa Aplicada: Monitoramento da eficácia da Chusquea na estabilização de encostas específicas, avaliação do desempenho das diferentes espécies de bambu e nativas em cada zona, e análise da produtividade das culturas consorciadas.

 * Tecnologia de Reprodução: O CogniHub pode apontar e guiar os melhores métodos para a reprodução em larga escala da Chusquea local e de outras espécies de bambu e nativas, garantindo a viabilidade do plantio em novas áreas.

 * Manejo e Otimização: Desenvolvimento de protocolos de manejo específicos para este SAF multiestratificado, incluindo podas, adubações e práticas de colheita que garantam a sustentabilidade do sistema a longo prazo.

Conclusão: Um SAF Exemplo de Inovação e Sustentabilidade

A integração das informações topográficas e de declividade fornecidas nos mapas permite um planejamento cirúrgico e eficaz. O Sítio Sabor Natureza, ao implantar este SAF com base científica e na parceria com instituições de ensino pesquisa e extensão, tem o potencial de se tornar um modelo exemplar de produção rural sustentável e regenerativa no Rio Grande do Sul e no Brasil. Ao respeitar as características do terreno e valorizar a biodiversidade local, essa iniciativa não só garantirá a produtividade, mas também a resiliência e a vitalidade do ecossistema do sítio para as gerações futuras.

Aspectos Climáticos:

Após os deslizamentos após os eventos climáticos de maio de 2024, ocorrido na área de encosta do sítio. Foi fundamental ter sido realizado o relatório de vistoria da SEMA-RS e o mapa da área afetada, pois eles fornecem a base técnica e legal para a intervenção na área de deslizamento no Sítio Sabor Natureza. Esse cenário de degradação é onde o potencial da Chusquea e de um SAF bem planejado se revela mais urgente e eficaz.

Recuperação da Área de Deslizamento no Sítio Sabor Natureza: Uma Solução Integrada com Bambu e Nativas Apoiada pelos modelos de simulação e dados hidrológicos de evento, provam que:

O deslizamento ocorrido em maio de 2024, em virtude das intensas chuvas que atingiram Santa Maria e o Rio Grande do Sul, causou um impacto significativo na vegetação e, criticamente, na área de nascente do Sítio Sabor Natureza. A vistoria realizada pela equipe da SEMA-RS (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul) em 08 de julho de 2024, na propriedade de Luis Fernando Corrêa de Carvalho em Santa Maria, confirmou os danos e a necessidade de intervenção.

Diagnóstico da Área Afetada e a Recomendação da SEMA-RS

O relatório de vistoria detalha a situação: 

 * A área afetada é uma Área de Preservação Permanente (APP) de um curso hídrico sem denominação, afluente do Arroio do Meio.

 * A nascente do curso hídrico está localizada no topo de um morro.

 * Houve um grande acúmulo de galhos e troncos de árvores caídas, além de sedimentos e rochas de grande dimensão.

 * Observou-se um baixo fluxo de água no canal hídrico, que historicamente apresentava grande fluxo, mas estava seco devido à obstrução da nascente a montante.

 * O mapa da região afetada indica uma área de 0.38 hectares impactada pelo evento climático. 


 * A SEMA-RS recomenda a instauração de um Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRAD) na esfera municipal. O projeto deverá contemplar a recuperação da vegetação ciliar e a execução de desassoreamento para retirada de resíduos e desobstrução do curso hídrico.

Solução Proposta pelo proprietário:

A Chusquea e Outros Bambus como Solução Chave no PRAD

Para a recuperação dessa área sensível, a integração do bambu – com foco especial na Chusquea e em outras espécies nativas e adaptadas – é a solução ideal e ecologicamente mais robusta, alinhada com as recomendações da SEMA-RS.

 * Controle de Erosão e Estabilização de Taludes: A Chusquea, com seu denso sistema radicular e hábito de crescimento escandente, é uma planta mestre na bioengenharia de solos. Plantada densamente nas encostas afetadas pelo deslizamento e nas margens do curso hídrico, ela formará uma rede viva de raízes e caules que ancorará o solo, prevenindo futuros eventos erosivos e estabilizando a área degradada. Sua capacidade de "escorar-se" em outras vegetações e criar um emaranhado denso é perfeita para reter sedimentos e galhos, minimizando novos acúmulos.

 * Recuperação da Mata Ciliar e da Nascente: A revegetação com bambus e nativas é crucial para restaurar a funcionalidade da APP. A Chusquea pode ser a primeira a ser implantada para estabilização inicial. Bambus entouceirantes robustos, adaptados ao ambiente úmido da margem do curso hídrico, podem ser adicionados para complementar a cobertura e a proteção, criando uma barreira densa que filtra sedimentos antes que atinjam o leito do rio e contribui para a desobstrução natural a longo prazo.

 * Filtragem e Qualidade da Água: A densa vegetação de bambu e nativas ao longo do curso hídrico atuará como um filtro natural, retendo sedimentos, nutrientes em excesso e potenciais poluentes antes que cheguem à água. Isso é vital para restaurar o fluxo e a qualidade da água da nascente, que se encontra obstruída.

 * Aceleração da Sucessão Ecológica: Ao criar um ambiente mais estável e com microclima favorável, o plantio de bambu e espécies pioneiras nativas abrirá caminho para o estabelecimento de outras espécies da Mata Atlântica, acelerando o processo natural de recuperação do ecossistema.

Espécies Nativas da Mata Atlântica para Complementar o PRAD

Além do bambu, a revegetação deve incluir um mix de espécies nativas adaptadas ao clima do Rio Grande do Sul e à restauração de APPs e áreas degradadas:

 * Pioneiras de Crescimento Rápido: Espécies como Ingá (fixadora de nitrogênio), Bracatinga (também fixadora de nitrogênio e melhora do solo) e outras que oferecem cobertura rápida, matéria orgânica e criam condições para espécies mais exigentes.

 * Espécies de Médio e Grande Porte: Para restabelecer a estrutura florestal e a diversidade, como Araçás, Pitangas, Guabirobas, e outras madeiras de valor ecológico e econômico que sejam adaptadas ao clima local.

 * Espécies Tolerantes à Umidade: Próprias para a beira do curso d'água, contribuindo para a recuperação da mata ciliar.

O Papel Essencial do ConigHub nesta proposta de PRAD

A participação da tecnologia é crucial e estratégica para este projeto de PRAD:

 * Elaboração e Aprovação do PRAD: O nosso Gemeo Digital, assistido por AIs especialistas, possui dá um respaldo técnico para elaborar o PRAD conforme as exigências da SEMA-RS, garantindo que todas as etapas, desde o desassoreamento inicial até a revegetação, sejam testadas e avaliadas e planejadas antes de  serem executadas de acordo com as melhores validações de práticas científicas.

Escopo do Projeto: Gêmeo Digital CogniHub do PRAD Sítio Sabor Natureza

Objetivo: Criar uma representação virtual e funcional da área de deslizamento (0,38 ha) que nos permita simular cenários, testar soluções de bioengenharia e monitorar a recuperação ao longo do tempo.

Plano de Ação em 3 Fases (Sprints):

Fase 1: Construção do Modelo de Base (Sprint de 1 semana)

  1. Ingestão de Dados Geoespaciais: Utilizar os mapas de curvas de nível e a imagem de drone de alta resolução fornecidos.

  2. Criação do Modelo Digital de Elevação (MDE): Usar software de geoprocessamento (ex: QGIS, ArcGIS) para interpolar as curvas de nível e criar um modelo 3D preciso do terreno.

  3. Texturização e Realismo: Sobrepor a imagem de drone no MDE para criar uma representação fotorrealista do estado atual da área (com a "cicatriz" do deslizamento visível).

  • Entrega Comando desejável: Um modelo 3D interativo da área afetada, que pode ser visualizado e rotacionado.

Fase 2: Simulação Hidrológica (Sprint de 2 semanas)

  1. Definição de Parâmetros: A @IA_Climatológica fornecerá os dados de precipitação do evento de maio de 2024 (ex: 200mm em 6 horas).

  2. Execução da Simulação: A @IA_Hidrodinâmica usará o MDE da Fase 1 e os dados de chuva recebidos. A direção é clara: validar a análise, iniciar a construção do nosso para rodar uma simulação de fluxo de água.

  3. Análise de Resultados: O modelo irá gerar visualmente os caminhos preferenciais da água, a velocidade do escoamento e os pontos de maior acúmulo e potencial erosivo.

  • Entregável: Um vídeo da simulação e um "mapa de calor" de risco hídrico sobre o modelo 3D.

Fase 3: Teste de Soluções de Bioengenharia (Sprint de 2 semanas)

  1. Modelagem Virtual das Intervenções: A @IA_Engenharia_Adaptativa irá "plantar" virtualmente a Chusquea no modelo 3D, seguindo o plano de adensamento nas áreas de maior risco identificadas na Fase 2. Também irá modelar as pequenas barreiras de dissipação.

  2. Re-simulação: A `@IA_Hid. cria o primeiro "Gêmeo Digital" e depois consolidar o progresso em um relatório.

 * Pesquisa e Monitoramento: Nossos teste e modelagens 3D, podem indicar aos pesquisadores, além de monitorar a eficácia das técnicas de bioengenharia com bambu, avaliar o restabelecimento do fluxo hídrico e a qualidade da água, e acompanhar a sucessão ecológica na área. Isso valida cientificamente a abordagem e gera conhecimento para futuros projetos.

 * Orientação Técnica Especializada: Os equipamentos, fornecerão orientação contínua para a reprodução e plantio da Chusquea e outras espécies, garantindo que as mudas sejam adequadas e o plantio seja realizado de forma eficiente para a máxima estabilização.

 * Mapeamento e Geoprocessamento: Utilizarão dados e referencaias de  conhecimentos para refinar o mapeamento da área afetada, auxiliando na alocação precisa dos esforços de recuperação.

Benefícios Deste PRAD Inovador

A recuperação da área de deslizamento com a metodologia proposta trará benefícios significativos:

 * Segurança Hídrica: Restabelecimento do fluxo e da qualidade da água da nascente, essencial para o sítio e para as comunidades a jusante.

 * Prevenção de Novos Desastres: Redução drástica do risco de futuros deslizamentos e erosão, protegendo a propriedade e o ambiente.

 * Recuperação Ecológica: Restauração de uma APP crucial, aumentando a biodiversidade e a resiliência do ecossistema local.

 * Modelo de Restauração: O Sítio Sabor Natureza se tornará um exemplo prático de como o bambu, especialmente a Chusquea nativa, pode ser uma ferramenta poderosa e cientificamente validada para a recuperação de áreas degradadas no contexto da Mata Atlântica gaúcha.

Este projeto de recuperação é mais do que uma resposta a um desastre; é uma oportunidade para demonstrar a vanguarda da agricultura e conservação ambiental, unindo a sabedoria da natureza com a ciência de ponta. A parcerias com organizações e o setor público-privado é a garantia de um projeto com solidez técnica e impacto duradouro.

Obs: Este trabalho foi realizado com o suporte de agentes de AI e a minha curadoria e edição. 

©2025 Luis Fernando Corrêa de Carvalho. Todos os direitos reservados. O nome e a metodologia CogniHub são propriedade intelectual de seu criador.

Comentários